Síndrome do Impacto e lesão tendínea do ombro e a ação da fisioterapia no esporte
Síndrome do Impacto
Representa a maior queixa de dor no ombro e é considerada como uma das principais causas de incapacitação funcional. Ela é causada por excesso de uso (overuse injuries) ou por esforço repetitivo com o membro superior acima da cabeça e, por isso, esta muito associada aos esportes que envolvem mecanismos de arremessos, como voleibol, handebol, tênis e futebol (posição de goleiro).
Durante os movimentos, geralmente por déficit da mecânica da escápula, há um atrito entre os tendões musculares (principalmente o Supra Espinal) e os ossos Úmero e Acrômio. Nestes casos, também pode ocorrer uma inflamação no tendão do Supra Espinal e, consequentemente, uma lesão tendínea (tendinopatia).
Por causa da sua frequente incidência, é importante que o atleta saiba quais são os seus sinais e sintomas, quais atitudes tomar e o momento correto de procurar ajuda.
Ela inicia como uma dor leve na região superior e/ou anterior do ombro e do braço devido a um processo inflamatório e, em alguns casos degenerativos. Se não tratado adequadamente ela poderá agravar de modo a impossibilitar os movimentos diários, por isso é necessário procurar um médico especialista a fim de realizar uma avaliação.
Tratamento fisioterapêutico
Inicialmente é necessário realizar um trabalho de analgesia (redução da dor) e diminuição do processo inflamatório por meio de várias técnicas, como aplicação de eletrotermoterapia (correntes elétricas – TENS, ultra som e laser terapêutico) e realização de terapia manual na articulação do ombro e nos músculos ao redor. Em casos de degeneração do supra espinal, também deve ser realizados exercícios específicos e sem carga.
Com a evolução desses sinais e sintomas iniciais, serão realizados os exercícios de fortalecimento muscular e consciência corporal de acordo com a avaliação do fisioterapeuta. Geralmente essa reabilitação inicia nos músculos ao redor da escápula, prosseguindo para os músculos dos braços e das costas. Os exercícios de consciência corporal e ativação neural, por meio de bolas e outros acessórios, também são extremamente importantes.
Durante toda a reabilitação, o atleta recebe orientação do fisioterapeuta em relação à afastamento e permanência nos treinamentos esportivos. Após a recuperação da força e da estabilidade do ombro, o paciente receberá alta da fisioterapia.
Preconiza-se um período de até seis meses de tratamento fisioterapêutico conservador, contudo em casos de falhas em se estabelecer a mecânica normal do ombro após esse tempo, o paciente poderá ser encaminhado pelo médico para tratamento cirúrgico.
Prevenção
Com o objetivo de evitar essas lesões e os afastamentos dos treinamentos, é necessário que o atleta tenha todos os músculos fortalecidos e capazes de atuar juntos e nos momentos corretos (com ativação neural), principalmente aqueles que ficam ao redor da escápula, de modo a não prejudicar a biomecânica e sobrecarregar o ombro. Para isso, é recomendado procurar um fisioterapeuta esportivo e realizar um treinamento do gesto esportivo (“treino preventivo”).
Dra. Tayla Perosso de Souza.